The Walking Dead: Daryl Dixon – Final da 3ª temporada decepciona ao deixar clímax para os últimos minutos


Um final sem cara de final

Aviso: este review contém spoilers da 3ª temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon.

O episódio final da 3ª temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon simplesmente não parece… um final. Pelo menos até os últimos dez minutos, quando as coisas finalmente esquentam — mas já é tarde demais para entregar um encerramento satisfatório.

O maior problema da temporada foi manter Daryl e Carol separados pela maior parte dos episódios. O que fez a segunda temporada funcionar melhor que a primeira foi justamente o reencontro dessa dupla icônica. Mas aqui, Daryl passa boa parte do tempo em missões de resgate, enquanto Carol permanece em Solaz del Mar, lidando com intrigas locais.

Quando a temporada chega ao fim, você espera o grande reencontro. Só que, por três quartos do episódio, eles ainda seguem em tramas separadas. Já foi confirmado que a quarta temporada continuará essa saga espanhola, então esse final nem tenta ser o encerramento da história — o problema é que ele também não consegue ser um clímax convincente.


Final morno e formato repetitivo

O encerramento de Daryl Dixon lembra o que vimos em outras séries recentes como The Bear e Peacemaker: histórias que se estendem demais e terminam sem fechamento real. É o típico caso da “síndrome do streaming”, onde tudo é esticado para justificar mais uma temporada, e o final acaba parecendo apenas mais um episódio da semana.

Não é um desastre, mas é frustrante. The Walking Dead sempre se destacou por construir tensão e liberar tudo em grandes clímax emocionais — aqui, essa energia só aparece nos minutos finais.


Momentos isolados que ainda brilham

Apesar da estrutura arrastada, o episódio tem sequências incríveis por si só. Uma das mais marcantes envolve um culto pós-apocalíptico no estilo De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut). Daryl se disfarça com uma máscara para resgatar Justina em meio a um banquete bizarro, onde o Rei da Espanha e seus amigos assistem a um “show de marionetes” com zumbis presos por cordas.

É uma cena insana, com crítica social afiada — um “coma os ricos” literal, quando os zumbis se libertam e devoram a elite. É grotesco, sarcástico e funciona perfeitamente dentro do universo da série.
A fotografia também se destaca, especialmente em uma tomada impressionante de Daryl passando por uma estátua de touro coberta pela neblina, que parece saída de um filme de arte.


Ação apressada e emoção comprimida

Só nos últimos dez minutos o episódio entrega o que o público esperava:
Daryl chega a Solaz para salvar Carol de uma execução pública, e a dupla finalmente se reencontra em meio a um clímax explosivo. Há emoção, ação e até o vilão recebendo o que merece — mas tudo é tão apressado que o impacto se perde.

O episódio termina com Daryl e Carol presos novamente na Espanha, após seu barco ser incendiado. A cena é embalada por uma belíssima versão em espanhol de “Hurt”, do Nine Inch Nails. Seria um encerramento poético, se já não soubéssemos que a quarta temporada foi confirmada e filmada no mesmo país — ou seja, sem grandes surpresas.


Conclusão: bom, mas longe de empolgar

A 3ª temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon não é ruim — só é mediana demais para uma série que carrega um legado tão longo. Há bons momentos, como a batalha de Solaz e a participação especial de Stephen Merchant, mas o conjunto geral não se destaca.

Talvez isso seja o esperado de um spin-off do spin-off de uma franquia com mais de 15 anos de estrada. Ainda assim, dá para querer mais. Norman Reedus e Melissa McBride continuam ótimos nos papéis, mas mereciam um roteiro que soubesse aproveitar melhor essa parceria.


Nota final: ★★★☆☆ (3/5)
The Walking Dead: Daryl Dixon segue viva, mas precisa recuperar o senso de propósito — e parar de guardar emoção só para os últimos minutos.


Chris Wescley

✍️ Autor(a)

Profissionalmente envolvido com o universo cultural, atuo na criação e curadoria de conteúdos voltados à música, cinema e séries. Meu trabalho busca conectar pessoas à arte, explorando o impacto que diferentes expressões culturais exercem sobre o público e o cenário contemporâneo.

Com um olhar voltado à comunicação e ao comportamento artístico, participo ativamente da cobertura e análise de produções que moldam o imaginário coletivo — do rock às novas tendências do audiovisual. Minha atuação combina paixão e pesquisa, valorizando o poder da cultura como forma de expressão, reflexão e identidade.

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