Review Battlefield 6 | Campanha morna, mas multiplayer entrega tudo o que os fãs queriam

Um retorno de respeito (com ressalvas)
Quase quatro anos depois do lançamento desastroso de Battlefield 2042, a EA volta à linha de frente com Battlefield 6. Dessa vez, a promessa é clara: reconquistar os jogadores com um game completo, estável e, principalmente, divertido.
E parece que deu certo — o novo título já vendeu mais de 7 milhões de cópias nos primeiros dias e está sendo bem recebido pela comunidade.
Mas e para quem não é veterano da série?
Esse review é justamente o ponto de vista de um noob que está se aventurando no caos do campo de batalha pela primeira vez. Prepare-se para uma análise honesta, com sinceridade de quem ainda apanha — mas se diverte no processo.
Prós
- Gráficos bonitos sem exigir um PC monstro
- Multiplayer viciante e caótico na medida certa
- Mapas variados e bem construídos
- Jogável até para quem nunca encostou em um Battlefield
Contras
- Campanha sem inspiração
- Modos de jogo parecidos entre si
- História genérica e vilão esquecível
Campanha: o retorno que não empolga
Depois de Battlefield 2042 abandonar a campanha e dos formatos fragmentados dos jogos anteriores, Battlefield 6 tenta resgatar a narrativa tradicional da franquia. A história coloca a OTAN em conflito com um exército privado chamado Pax Armata, em uma guerra que começa com clichês e termina de forma previsível.
A sensação é de estar jogando uma campanha feita apenas para dar contexto ao multiplayer. O sistema de destruição dos cenários — uma das marcas da série — é subutilizado, e os personagens passam longe de serem memoráveis.
Mesmo jogando em 4K, os visuais não impressionam tanto quanto o esperado, e a história se arrasta sem grandes momentos.
Terminei a campanha em cerca de oito horas no modo difícil. No Steam, apenas 10% dos jogadores chegaram ao final, o que já diz muito sobre o desinteresse geral. É aquele tipo de modo que você termina mais por teimosia do que por empolgação.
Battlefield 6 brilha onde importa: o multiplayer
Se a campanha decepciona, o multiplayer salva tudo.
É aqui que Battlefield 6 mostra o motivo de ainda ser um nome gigante no gênero. A sensação de guerra é intensa: caos por todos os lados, explosões, destruição em tempo real e partidas épicas com dezenas de jogadores disputando território.
A EA e o Battlefield Studios ouviram o feedback da comunidade e ajustaram tudo o que deu errado em 2042. O resultado é um gameplay fluido, mapas equilibrados e uma experiência que mistura tática com adrenalina.
Mesmo para um iniciante, é impossível não se empolgar — e, surpreendentemente, até consegui boas colocações nas partidas. (Sim, abatendo jogadores de verdade, não bots.)
No desempenho, o jogo é bem otimizado: com uma RTX 5070 e um Core Ultra 9, consegui cerca de 150 FPS em 1440p no médio, sem precisar de upscaling. Nada mal para um game com esse nível de escala e destruição.
Modos de jogo: um pouco de confusão no front
Uma crítica pessoal é a pouca variedade de sensações entre os modos de jogo. Por mais que as descrições tentem diferenciá-los, na prática, quase todos giram em torno de dominar territórios e avançar sobre o inimigo.
Não chega a ser um problema grave — o gameplay é divertido o suficiente para sustentar horas de jogatina —, mas para um novato, é difícil entender o que realmente muda entre um modo e outro.
Ainda assim, os mapas são excelentes: há cenários verticais, campos abertos e ambientes urbanos caóticos, garantindo diversidade visual e diferentes estilos de combate.
As quatro classes clássicas também estão de volta: Assalto, Engenharia, Suporte e Reconhecimento. Mesmo sendo iniciante, é fácil encontrar um estilo que combine com seu ritmo — o meu é snipar de longe e tentar parecer útil.
Veredito: Battlefield está de volta
No fim das contas, Battlefield 6 é um ótimo retorno à forma.
A campanha pode até ser esquecível, mas o multiplayer é viciante e entrega tudo o que os fãs pediam. Se até um noob consegue se divertir e se destacar, é porque o jogo realmente está bem ajustado.
A EA promete novidades e atualizações constantes — incluindo um possível modo Battle Royale —, o que deve manter o jogo vivo por muito tempo.
Para quem curte combates em larga escala, destruição e aquele caos controlado que só Battlefield sabe fazer, BF6 é um prato cheio.
Nota final: ★★★★☆ (4/5)
Battlefield 6 não é perfeito, mas cumpre o que promete: um multiplayer épico e cheio de energia que reacende a chama da franquia.

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